Para Cristina
neste terreno teu
há terras que não navegas
descobertas que não ousas.
teus passos pisando tempos
perdidos em pétreo passado
vão marcando de ausências
ignorado espaço de ânsias.
repisas as mesmas trilhas
construindo ilhas
fabricando mares
que não conhecerás depois.
negas o tempo
de perder a rota
de dividir a borrasca
de presumir a revolta
de deter a derrota.
apenas crês em calmaria
miragem que te sustenta
enquanto sob o mar que renavegas
loucos mares de outras eras
armam cúmplices e fatais
a tempestade das terras
que cedeste ao abandono.
Márcia Carrano
1982